sábado, 27 de outubro de 2012

Por que as rãs são verdes?

Esse conto infantil eu criei hoje, quando minha sobrinha Ray me pediu para brincar de criar estórias. Eu fui criando na hora e como ela gostou tanto, resolvi colocar aqui no Blog. Enquanto estava escrevendo, encontrei através do Facebook,  Marcel Melo, amigo de longas datas, artista gráfico, e pedi a ele  uma ilustração, que,   15 minutos depois,  já estava em minhas mãos.


POR QUE AS RÃS SÃO VERDES
Para Ray



Era uma vez, uma lagoa muita grande de águas cristalinas. Enorme!  Ela tinha uma ilha bem no meio, dividindo-a em duas partes. A ilha era coberta por  uma vegetação fechada e alta, e  de cada um dos lados da lagoa, não se via o lado oposto.

Do lado de cá da lagoa viviam muitas rãs, bem  verdinhas e de todos os tamanhos, que passavam o dia se alimentando de pequenos insetos e tomando sol em cima das pedras que cercavam a lagoa.

Em meio a todas, uma pequena rã em especial se destacava. Ela chamava-se Gilda e era toda amarelinha. Gilda vivia triste por ser tão diferente e não gostava das brincadeiras que as outras rãs faziam  por causa de sua cor.

As outras rãs a chamavam de canário e ficavam mandando ela voar.  Pura brincadeira de rã. Assim, Gilda vivia sempre sozinha e gostava de ficar sobre uma pedra no meio do lago, olhando para a ilha em frente, tentando imaginar o que lá havia.

Um dia, Gilda se encheu de coragem e resolveu fugir, atravessar a lagoa e nadar até chegar na  ilha misteriosa, nunca antes visitada por qualquer uma daquelas criaturas. Encheu uma mochila de comida e esperou a noite chegar.

A noitinha, enquanto todos dormiam, Gilda nadou até a ilha, e lá chegando, entrou na mata, andando sempre na mesma direção. Um cheirinho gostoso de mato e uma ventania bem fresca acompanhavam Gilda, enquanto ela andava procurando um lugar para descansar  e passar a noite.

De repente, Gilda avista um pequeno ponto de luz, lá distante, e para lá se dirige. A medida que caminha o ponto de luz aumenta e quando chega mais perto avista uma pequena cabana com a janela aberta e iluminada.

Gilda se aproxima, empurra a porta da cabana  e entra, meio assustada. Sentado em uma cadeira de balanço, um sapo bem velhinho, de barba branca e bem comprida, que se arrastava no chão, sorriu para ela e gentilmente ofereceu uma cadeira para que ela se acomodasse.

- Olá, pequena rã, meu nome é Sapusco e o seu?
- Meu nome é Gilda, respondeu.
- o que você faz aqui, Gilda? De onde você vem?
- Eu venho lá da lagoa, fugi de lá. As outras rãs não gostavam de mim.
- Por quê? Perguntou o velho sapo.
- Por causa da minha cor, todas as rãs da lagoa são verdes. Só eu sou amarela.
- Você é especial Gilda, e quando chegar no fim de sua viagem, descobrirá a razão de ser tão diferente. É melhor dormir agora.

Assim, Gilda escolheu um cantinho e se ajeitou, preparando-se para dormir. O velho sapo adormeceu na cadeira e tinha um sono bem barulhento, cheio de roncos e assobios. Gilda adormeceu, apesar do barulho e teve um sono bem tranquilo.

Quando amanheceu,  o velho sapo tinha desaparecido. Gilda juntou suas coisas e seguiu seu caminho através do matagal.  Depois de muito caminhar, Gilda começou a notar que as árvores começavam a ficar mais baixas, e o mato menos fechado. Aos poucos, começou a avistar um lago, apressou o passo e chegou na margem. Não havia ninguém por perto.  Cansada, Gilda escolheu uma pedrinha bem lisa e adormeceu.

O sol forte e já bem alto acordou Gilda.  Ao despertar, ela viu dezenas de rãs ao seu redor. Todas verdes, igualzinhas as da sua lagoa.

Gilda ficou tão triste que começou a chorar. Havia andado tanto pra nada. Aqui, ela também seria diferente de todas as outras rãs.

De repente, uma rã menino, bem azul, da cor do céu, apareceu,  e sorrindo perguntou:

- Como se chama?
- Eu me chamo Gilda, e você ?
- Meu nome é Gil. Você é muito bonita. Parece um canário...
- Gilda sorriu e disse - Obrigada, você também é muito bonito, parece um periquito...

Gilda e Gil ficaram muito amigos e se casaram. Um dia, quando nasceu a primeira  filhinha, ficaram maravilhados. Havia nascido uma rã verdinha.

Gilda então entendeu porque era diferente. Na verdade, no começo dos tempos todas as rãs meninas eram amarelas e as rãs meninos eram azuis, dando origem, assim, as rãs verdinhas.

Gilda percebeu que, na verdade, ela era especial, fazia parte do grupo que originou toda uma raça. Um sorriso apareceu em seu rosto  quando lembrou-se das palavras do  velho Sapusco.

E assim viveu feliz toda a sua vida.


26 de Outubro de 2012






2 comentários:

  1. Gostei! Vou guardar para ler pra o meu sobrinho quando estiver mais velho! rsrs

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    1. Obrigado Nanda, vou colocar outras estórias infantis aqui no blog.

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