quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Coleçao Aprender Brincando

Mário e Jan
Um dia, eu estava conversando com papai e surgiu a idéia de criar uma coleção de cartilhas direcionadas para as crianças das escolas públicas. A coleção teria a finalidade de contar a vida e a obra de brasileiros ilustres, através de uma linguagem acessível, e ilustrada com desenhos para colorir, o que certamente tornaria mais agradável a utilização das cartilhas nas atividades escolares.

Papai só impôs uma condição: a coleção não poderia ser comercializada, teria que ser distribuída nas escolas. Diante disso, a única saída foi procurar patrocinadores, empresas que bancassem a impressão das cartilhas em troca de publicidade na capa.

Assim, papai começou a produzir o texto da primeira cartilha, que contaria a história de Gilberto Freyre, e eu fiquei com a missão de procurar um artista gráfico para ilustrar o texto, fazer a diagramação gráfica da cartilha  e encontrar uma empresa para custear a impressão.

Para fazer as ilustrações convidei o Marcel Mello, que na época estava começando suas atividades como artista gráfico, mas já tinha um traço bem definido e marcante. Quando conversei com o Marcel, ele adorou a idéia e topou de primeira. Achou fantástica a idéia de distribuir as cartilhas nas escolas públicas.

Em seguida, o mais difícil, a empresa para patrocinar a impressão das cartilhas. Resolvemos fazer uma parceria com a Fundação Gilberto Freyre, que tinha um convênio com o Governo do Estado que promovia constantes visitas dos alunos das escolas da rede pública à Fundação Gilberto Freyre. A idéia de distribuir as cartilhas através da Fundação durante as visitas foi sugerida e aceita imediatamente pelo então Superintendente Gilberto Freyre Neto.


Assim, fui procurar uma empresa para patrocinar  a impressão da primeira cartilha, intitulada Um Menino Chamado Gilberto Freyre, com a chancela da  Fundação que levava seu nome. Na verdade, não foi difícil. Comentei o projeto com o Clóvis Lacerda, na época diretor da Elógica, que era o maior provedor local de internet. Ele topou na hora. Adorou o projeto. Papai ficou muito feliz. Foram impressos 15.000 exemplares do primeiro número da coleção Aprender Brincando.



Fizemos o lançamento na Fundação Gilberto Freyre, que a partir desse dia passou a distribuir as cartilhas com os alunos das escolas públicas que participavam das visitas dirigidas à Fundação.

A partir dai, meu pai não parou mais de escrever, quando dei por mim, mais três textos já estavam prontos: Joaquim Nabuco, Dom Hélder Câmara e Capiba.Com os três textos já ilustrados pelo artista plástico Marcel Mello parti em busca de patrocínio para as cartilhas. Encontrei na BCP Telecomunicações um grande parceiro. Através de um dos seus diretores, Albino Serra, meu amigo particular, entrei em contato com o departamento de marketing da empresa que comprou de imediato a idéia. Eles adoraram o fato da coleção não poder ser comercializada.

E assim foi feito. Foram impressos 15.000 exemplares de Um Menino Chamado Joaquim Nabuco, 15.000 exemplares de Um Menino Chamado Hélder Câmara e 15.000 exemplares de Um Menino Chamado Capiba. Todos distribuídos pela Fundação Gilberto Freyre aos alunos das escolas públicas que visitavam a Fundação.

O sonho do meu pai estava realizado, de uma vez só atingimos um grande público, carente de informações, com um produto gratuito e de boa qualidade. Assim, no início do ano 2000, a coleção Aprender Brincando contava com 4 números impressos e meu pai estava para completar 80 anos no dia 14 de maio. Resolvi então prestar uma homenagem a ele e escrevi o texto de Um Menino Chamado Mário Souto Maior. O Marcel fez as ilustrações e a BCP bancou, mais uma vez, a impressão. Lançamos a cartilha durante a sua festa de 80 anos que foi realizada na Fundação Joaquim Nabuco, no dia do seu aniversário. Foi um sucesso e meu pai ficou muito emocionado. Como as anteriores, a cartilha foi distribuída nas escolas públicas pela Fundação Gilberto Freyre, mais 15.000 exemplares foram entregues aos alunos carentes de nossa cidade.

Em novembro de 2001, meu pai faleceu. Com a morte dele a coleção Aprender Brincando foi interrompida. Passei uns bons anos sem ter coragem de manusear as coisas dele. Até o site ficou abandonado. No ar, mas estagnado. Me faltavam forças, ânimo para me envolver com o mundo do folclore de Mário Souto Maior. Algum tempo atrás, resolvi refazer o site dele, na tentativa de não deixar morrer a sua obra, a sua memória, não deixar que ele, com o esquecimento, morresse pela segunda vez (frase de um escritor, do qual não lembro agora). Contando com o apoio cultural do Urbano Vitalino Advogados, o site foi refeito usando um gerenciador de conteúdos e foi todo repaginado. Estamos colocando vários dos seus livros para download.

Procurando material para o site, encontrei alguns disquetes de papai. Entre outros, encontrei mais 6 textos para a coleção Aprender Brincando. Monteiro Lobato, Assis Chateaubriand, Rui Barbosa, Câmara Cascudo, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado e um texto chamado Uma Cidade Chamada Recife.

Resolvi então retomar a coleção. Primeiro, disponibilizando os números já existentes para download de duas formas: Uma versão para leitura e uma versão para impressão em tamanho A4. Em qualquer impressora as cartilhas impressas usando a função frente e verso já sairão prontas. É só dobrar e grampear, podendo assim ser distribuídas para todos que tiverem interesse nos livrinhos.

Os textos inéditos tentaremos publicar. Vamos procurar empresas para financiar a impressão e distribuir o maior número de exemplares possível. Você quer ajudar? Entre em contato: jan@soutomaior.eti.br

Versões para Download

Um Menino Chamado Gilberto Freire  -  Leitura  |  Impressão
Um Menino Chamado Joaquim Nabuco  -  Leitura  |  Impressão
Um Menino Chamado Hélder Câmara  -  Leitura  |  Impressão
Um Menino Chamado Capiba  -  Leitura  |  Impressão
Um Menino Chamado Mário Souto Maior  -  Leitura  |  Impressão

Nenhum comentário:

Postar um comentário